Início » Natividade de Nossa Senhora
A Igreja não tem como tradição santificar o dia do nascimento dos Santos de Deus aqui na terra; mas sim o dia de seu nascimento para a vida eterna, ou seja, a Igreja faz memória de sua morte. Mas há duas exceções, que são: a Santíssima Virgem Maria e São João Batista, o Precursor; nós celebramos não somente suas passagens para o céu, mas também o dia de seus nascimentos aqui na terra.
Joaquim e Ana possuíam uma grande angústia, pois Ana era estéril. Entre os judeus a esterilidade significava não somente a falta das bênçãos de Deus, mas também era um grande castigo. Por essa razão eles sofreram muito preconceito, mas o que ninguém sabia era sobre as súplicas e ofertas que faziam a Deus para ter uma criança. E Deus concedeu-lhes uma criança em sua velhice, que é a Virgem Maria, Mãe de Deus.
O Calendário Litúrgico Bizantino abre suas portas festejando o nascimento da Virgem: “A celebração de hoje é para nós o começo de todas as festas”. O nascimento de Maria Santíssima é o início histórico da obra da Salvação.
Como é possível perceber pelas palavras do tropário deste dia, é uma festa alegre e de grande importância.
Alegre porque se trata do Nascimento da Mãe de Deus, a Rainha dos Céus e da terra.
Importante porque apresenta diante de nós uma grande verdade da nossa fé, sobre a maternidade da mãe de Deus – o início de nossa salvação, a maior dignidade da Divina Maternidade concedida à Maria, e seu papel na obra da redenção do gênero humano. A qual “fez brilhar a todos nós o Sol da justiça o Cristo Deus Nosso” (palavras do tropário).
Mas como se originou esta festividade?
Os Santos Evangelhos nos descrevem muito pouco sobre a vida de Maria; neles não se encontra nenhum relato sobre seu nascimento, sua juventude, ou sobre sua Assunção, nem mesmo o nome de seus piedosos pais.
Então de onde nós sabemos sobre isso? Sabemos pela tradição da Santa Igreja e pelos livros apócrifos, livros que não fazem parte da lista oficial de livros inspirados da Bíblia Sagrada, mas seu conteúdo auxilia na compreensão de detalhes históricos.
A festividade do nascimento da Mãe de Deus tem provavelmente sua origem em Jerusalém, em meados do século V. Porque foi em Jerusalém que se manteve viva a tradição que a Virgem teria nascido junto à Porta da Piscina Probática.
Do Oriente, a solenidade da Natividade da Mãe de Deus encontrou seu caminho para o Ocidente, espalhando-se primeiro em Roma no século VII e então, nos séculos posteriores, por toda a Igreja Latina. O dia 8 de setembro foi escolhido como o dia desta solenidade, já que nove meses antes, em 8 de dezembro, a Igreja celebra a concepção da Puríssima Virgem Maria no ventre de Ana.
Esta festa tem um dia de pré-solenidade e a pós-solenidade dura apenas quatro dias porque a festa litúrgica da Exaltação da Santa Cruz é celebrada no dia 14 de setembro, poucos dias depois.
Maria é apresentada pela Liturgia como a “Virgem bela e Gloriosa” que Deus amou com predileção desde toda a eternidade, como sua obra-prima, enriquecida das graças mais sublimes e elevada à dignidade de Mãe de Deus e de Bem-aventurada Virgem.
O dia após esta festa, em 9 de setembro, a Igreja honra a memória dos pais de Maria e ancestrais de Jesus Cristo, Joaquim e Ana”.
Além desta data, nosso calendário litúrgico comemora a solenidade em honra de Sant’Ana no dia 9 de dezembro – dia da concepção de maria Santíssima, e no dia 25 de julho, data de sua morte.
Supliquemos a Maria, Mãe de Deus, Rainha dos Céus e da terra, que interceda e reze por nós, pois nela depositamos toda a nossa esperança.