Quem Somos

INSTITUTO SECULAR SCJ

Institutos Seculares
Institutos Seculares

Esta nova forma de consagração a Deus, através dos conselhos evangélicos, teve início na França do século XVIII, quando o Padre Pierre Joseph Clorivier reuniu vários padres jesuítas, impossibilitados de renovar a sua ordem, os quais continuaram realizando o seu trabalho no mundo, comprometendo-se, entretanto, a manter os conselhos evangélicos. Nesse mesmo período, com a ajuda do Padre Clorivier, a devota Adelaide Sissy reuniu um grupo de moças que se haviam consagrado a Deus no mundo, seguindo o exemplo dos padres jesuítas.

No século XIX, aqui e ali, começaram a surgir cada vez mais novas experiências, em que mulheres, homens, e também sacerdotes, que não queriam ou não podiam entrar no estado monástico, comprometiam-se a seguir os conselhos evangélicos no mundo. A Igreja os reconheceu como associações piedosas de natureza privada. Mais tarde, para obter o reconhecimento oficial, seguindo a orientação da Igreja, essas associações transformavam-se em comunidades religiosas.

No século XX, quando esta forma de consagração a Deus já estava bastante popularizada na Europa, em 1938, na Suíça, a pedido do Papa Pio XI, sob a liderança do Padre Agostinho Gemelli, reuniram-se 25 associações dessa natureza. Nessa mesma reunião, ficou decidido, que, embora essas associações tivessem surgido em diferentes locais e em diferentes períodos, e sem que uma não soubesse sobre a existência da outra, todas elas assemelhavam-se na forma de vida e de missão. O resultado deste encontro foi a publicação de um documento, no qual constava o pedido para que a Igreja reconhecesse essa forma de consagração e também lhe dedicasse mais atenção.

Com o desencadear da Segunda Guerra Mundial, quando o comunismo, o fascismo e o nazismo submeteram a humanidade à terrível tortura, o Espírito Santo ilumina e suscita o surgimento de novas comunidades de leigos de vida consagrada, capazes de, nesse doloroso contexto, ir ao encontro das necessidades da Igreja. Eis que surge a necessidade de uma nova forma de evangelização.

Nesse período os especialistas em assuntos da Igreja, com mais dedicação, aprofundaram seus estudos sobre a forma de consagração pelos conselhos evangélicos e vida desses leigos que vivendo no meio do mundo pregavam a mensagem da salvação para o povo.

Assim, em 02 de fevereiro de 1947, o Papa Pio XII promulgou a Constituição Apostólica “Provida Mater Ecclesia” através da qual a Igreja reconheceu e deu legitimidade canônica a este estilo de vida. A partir da edição desse documento, essas instituições passaram a receber a denominação de Institutos Seculares.

O Concílio Vaticano II, no decreto “Perfectae Caritatis”, artigo 11, deixa claro que a Igreja reconhece os Institutos Seculares, encoraja seus membros a manter o caráter laico da sua consagração e a levar a vida na perfeita caridade. Convida-os para promover uma formação cuidadosa e permanente tanto nas coisas humanas quanto nas divinas, para que possam ser “fermento no mundo” e, assim, fortaleçam o Corpo Místico de Cristo. Posteriormente, como resultado de longos anos de estudos e pesquisas sobre a vida e atividades dos Institutos Seculares, o Código de Direito Canônico apresenta, de forma sistemática e atualizada, todas as normas referentes a eles, coletadas em documentos anteriores.

Depois do Concílio Ecumênico, os Santos Padres, como também a Congregação para os Institutos de Vida Consagrada repetidamente publicaram documentos sobre os Institutos Seculares. O Papa João Paulo II, em sua exortação apostólica “Vida Consecrata” destina uma seção especial para esse modo de consagração.

Desde o final do século XIX e início do século XX, o Brasil recebeu milhares de imigrantes japoneses, italianos, alemães, ucranianos, poloneses e muitos outros. O mal que se abateu sobre o mundo no início e durante a segunda Grande Guerra, atingiu também o Brasil. No sul do Brasil, mais precisamente, no estado de Santa Catarina, um grande grupo de alemães fixou residência. Ali viviam e trabalhavam os imigrantes e seus descendentes. Embora fossem cidadãos do Brasil, tinham também a cidadania alemã e mantinham relações amigáveis e próximas com a Alemanha e, naturalmente, com o seu governo. Hitler estava tentando criar ali um estado independente alemão, o qual seria governado mediante sua determinação. Para impedir que isto acontecesse, o governo ditatorial do Brasil proibiu terminantemente a todos os grupos étnicos de usar sua língua de ascendência e qualquer expressão de sua cultura. É o momento da assim chamada nacionalização. A imigração ucraniana também sofreu as consequências dessa proibição. Houve perseguições e punições. Até os sacerdotes foram presos por pregarem a palavra de Deus em ucraniano nas igrejas.

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Nesse contexto histórico nada propício, em setembro de 1939, chega a Prudentópolis, onde estava estabelecido o maior número de imigrantes ucranianos, o jovem padre basiliano – missionário cheio de perseverança, de entusiasmo, de coragem e, acima de tudo, repleto de amor pelo seu povo e pela sua Igreja. Foi o Pe. Cristóforo Gabriel Myskiw, de saudosa memória, sobrevivente aos horrores da Segunda Guerra Mundial na Ucrânia Transcarpática, forçado a deixar sua terra natal.

Como missionário, Pe. Cristóforo imediatamente percebeu a necessidade de uma educação religiosa em sua língua nativa para as crianças e jovens. Doía-lhe na alma o fato de eles estarem crescendo em terras estrangeiras sem o conhecimento do idioma nativo, da cultura, da religião e dos costumes. Nas imediações de Prudentópolis, na colônia Barra Vermelha, em 1939, no dia que precede a festa de Cristo Rei, ele decidiu ficar a noite inteira em oração, com o intuito de granjear de Deus a graça de encontrar solução para este grave problema que o afligia. Inspirado pelo Espírito Santo, naquela noite, o Padre Cristóforo se lembrou de uma instituição secular de jovens “Os apóstolos de Cristo”, sobre quem ouvira falar na República Checa. Desde então começou a idealizar e empenhar ações e esforços para criar uma instituição feminina, formada especialmente por professoras que poderiam completa e corajosamente consagrar-se à catequese e ao apostolado entre os ucranianos nas diversas colônias, difíceis de serem alcançadas por um padre ou uma freira.

Essa brilhante idéia já se realizou em 1940, quando no dia 31 de maio as duas primeiras catequistas fizeram a sua consagração a Deus. Foram elas: Antônia Chulhan e Nadia Schulan, irmãs. No ano seguinte, mais outras jovens demonstraram seu desejo de se consagrar a Deus e trabalhar junto da Igreja ucraniana.

As primeiras experiências de catequese aconteceram em janeiro de 1941. Após ter propiciado vários cursos de formação adequada para 12 jovens, o Pe. Cristóforo as envia, em dupla, a diferentes colônias ucranianas para ali promoverem o ensino de catecismo e de língua ucraniana às crianças. Essa atividade catequética se espalhou para inúmeros lugares, e até os dias atuais as Catequistas ministram aulas de religião, língua e cultura ucraniana para crianças, jovens e adultos.

Desde 1940, com outros padres basilianos, seus coirmãos, em particular com o Pe. José Martenetz, que mais tarde se tornou o primeiro bispo Exarca e Eparca para os ucranianos no Brasil, Pe. Cristóforo começou a organizar retiros e cursos anuais de catequese. A cada ano o número de participantes do curso aumentava, bem como aumentava o número de pessoas que se consagravam integralmente ao trabalho em prol da Igreja e seu povo. Assim nasceu o primeiro e único instituto secular em nossa Igreja Greco-Católica Ucraniana.

O primeiro reconhecimento para a Associação das Apóstolas do Coração de Jesus (assim a nomeou o Pe. Cristóforo) foi concedido, em nome da Igreja, por Dom Antônio Mazarotto, Bispo de Ponta Grossa, a quem havia sido outorgada a responsabilidade pelo atendimento dos fiéis do rito ucraniano. Em 17 de novembro de 1950, a Santa Sé concedeu o seu reconhecimento, abençoou a instituição, com o nome canônico: Instituto Secular das Catequistas do Sagrado Coração de Jesus. Desde o dia 12 de junho de 1971, o Instituto é de direito pontifício.

CARISMA

Catequese e apostolado de inserção nos ambientes em que vivem e trabalham.

ESPIRITUALIDADE

A Espiritualidade do Instituto está fundamentada no amor ao Sagrado Coração Eucarístico de Jesus, que revela o amor da Trindade. Revestindo-se de Cristo, para a exemplo do modo de ser do Seu Sagrado Coração, viver o amor gratuito aos irmãos e estar a serviço do próximo, para a construção do Reino de Deus no mundo.

FUNDADOR

Padre Cristóforo
Padre Cristóforo

O Padre Cristóforo Gabriel Myskiw, OSBM,  nasceu no dia 19 de maio de 1905 na aldeia Slobodnica, região de Slavonski Brod, Croácia. Seus pais, Gabriel e Catarina, nascida Nazaruk, eram naturais da Galícia, Ucrânia. Em 1895, migraram para a Croácia em busca de melhores condições de trabalho na agricultura, tendo em vista que tanto a Galícia quanto a Iugoslávia, atual Croácia, pertenciam ao Império Austro-húngaro.
Sentindo-se chamado para a vida sacerdotal, no dia 27 de setembro de 1921, ingressou no noviciado da Ordem dos Padres Basilianos em Mukaciv, Ucrânia Carpática. Após ter concluído o tempo de sua formação ascético-espiritual e estudos teológicos, Cristóforo recebeu o sacramento da Ordem no dia 21 de setembro de 1932, festa da Natividade de Nossa Senhora.

Como sacerdote, o padre Cristóforo iniciou intensa atividade pastoral na Ucrânia Carpática, organizando em diversas localidades o Apostolado da Oração, a Congregação Mariana e movimentos estudantis: Soldados de Cristo e Associação de Estudantes São Valdomiro; integrou-se no movimento escoteiro, junto ao qual exerceu a função de capelão. Em 1938, foi nomeado Capelão-mor da “Sitch Carpática” e coordenou importantes manifestações religiosas. Igualmente, teve participação na luta contra o regime austro-húngaro que dominava a região da Ucrânia Carpática. Em decorrência dessas atividades sofreu muitas perseguições.

Em setembro de 1939, o padre Cristóforo veio para o Brasil, onde realizou intenso e fecundo trabalho pastoral, sobretudo na paróquia de S. Josafat, em Prudentópolis. Ali ele organizou grupos de Apostolado da Oração, de Orações pela Ucrânia, Congregações Marianas, pregou missões e retiros para jovens, organizou cursos de formação de catequistas. Foi professor no Seminário São José e colaborador na redação do jornal “Prácia” e principalmente do periódico mensal “O Missionário Ucraniano no Brasil”.

Seu trabalho missionário não se limitava a Prudentópolis. Fazia frequentes viagens para localidades do norte do Paraná, onde prestava assistência espiritual aos fieis da Igreja greco-católica ucraniana.

Foi superior e professor de Filosofia para os estudantes basilianos em Ivaí e Curitiba; por longos anos desempenhou a função de procurador e ecônomo da Ordem Basiliana no Brasil. Trabalhou na Argentina e no Paraguai. Pe. Cristóforo foi um incansável missionário, o objetivo de sua vida foi servir a Deus e à Igreja e por intermédio dela servir aos seus irmãos em Cristo. Foi fervoroso devoto e, ao mesmo tempo, propagador do misericordioso Sagrado Coração de Jesus.

No período em que no Brasil as etnias que colonizaram o sul do país foram proibidas de exercer suas práticas devocionais, suas tradições religiosas e culturais na língua de seus pais e avós, em 1940, o padre Cristóforo fundou o Instituto Secular das Catequistas do Sagrado Coração de Jesus. Os membros desse Instituto eram enviados às comunidades eclesiais onde discretamente realizavam seu trabalho de evangelização e magistério. A fundação do Instituto é fruto da piedosa devoção do padre Cristóforo ao Sagrado Coração de Jesus e da difusão do amor misericordioso de Cristo.
Os últimos anos de sua vida, padre Cristóforo, já doente, passou recolhido no mosteiro dos Padres Basilianos, em Prudentópolis. Passava seu tempo em oração e sofria com abnegação a sua enfermidade, as suas limitações. Deus o levou para a sua glória e recompensa pela dedicada e virtuosa vida e trabalho em favor do reino no dia 7 de junho de 1973. Está sepultado no cemitério paroquial São Josafat, em Prudentópolis.

ORAÇÃO

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(pela elevação à glória dos altares do Padre Cristóforo)

Deus, Pai de amor e misericórdia, chamastes o vosso humilde e fiel servo padre Cristóforo para continuar a vossa obra na condução do rebanho de Cristo a caminho do Reino. Ele, como sacerdote, foi incansável missionário e, a exemplo de Jesus, acolhia, aconselhava, abençoava, procurando conduzir todas as pessoas ao encontro do vosso Filho, Jesus Cristo Eucarístico. Atendei-nos, ó Pai de bondade, e ajudai-nos seguir a Cristo e, a exemplo do padre Cristóforo, ser testemunhas do Vosso amor entre nossos irmãos e irmãs. Concedei-nos, por sua intercessão, a graça que suplicamos (fazer o pedido), esperando que ele seja elevado à glória dos altares. Amém.

O que fazemos

A principal característica dos membros do Instituto, como consagradas seculares, é a difusão da glória e do amor de Deus no mundo e para o mundo, por meio da evangelização no seu ambiente secular, visando ser testemunhas vivas do Evangelho de Cristo. Vivendo o carisma para o qual fora fundado, e nascido na Igreja Oriental de rito bizantino-ucraniano, o Instituto prioriza o trabalho catequético-pastoral entre os fiéis dessa Igreja Particular.
Concretamente, os trabalhos são os mais diversos:

O que Fazemos
Na Pastoral
Na Pastoral

• Educação e formação de líderes: formação religiosa (dentro do rito ucraniano) e profissional.
• Pastoral catequética: produção e elaboração de materiais catequéticos; Coordenação e catequese de base.
• Retiros e encontros: anualmente são organizados e coordenados retiros para as catequistas auxiliares. Nas diversas paróquias e comunidades da Eparquia são organizados encontros vocacionais, com a participação de jovens, crianças e adultos.
• Participação e trabalho nas comissões da Metropolia e Eparquia: Catequese, Liturgia, Apostolado da Oração, Pastoral da Juventude e Vocacional.
• Coordenação dos Cursos Catequéticos para leigos e docência nos mesmos, promovidos pela Comissão Metropolita e Eparquial de Catequese.
• Participação e trabalho nos Conselhos Paroquiais e comissões paroquiais de catequese.
• Participação e trabalho nos grupos de jovens, de Escoteiros, do Apostolado da Oração e Movimento Eucarística Infanto-Juvenil.
• Preservação do rito bizantino-ucraniano e da espiritualidade oriental na Igreja greco-católica

Apostolado de inserção

Os membros do Instituto, como consagradas seculares, inserem-se nos diversos espaços sociais, onde exercem seu trabalho. Buscam difundir a glória e o amor de Deus no mundo e para o mundo, por meio da evangelização no seu ambiente secular, visando ser testemunhas vivas do Evangelho de Cristo. Concretamente, os trabalhos são os mais diversos na área da Educação, Saúde, Política e Comunicação:

• Trabalho em escolas públicas e/ou particulares, onde os membros do Instituto exercem suas atividades docentes em sala de aula, na direção e/ou coordenação, onde desempenham um importante papel na formação religiosa, espiritual e ética das crianças e dos jovens.
• Participação e trabalho nos Conselhos Municipais de Cultura, Saúde e de Assistência Social.
• Na área da Comunicação, desempenham importante trabalho de evangelização através dos programas de Rádio, bem como através dos
diversos meios de comunicação social.

Na área cultural

• Inserção nas diferentes instituições e organizações culturais, folclóricas e artísticas, visando a preservação e propagação da identidade ucraniana da língua, dos valores espirituais, religiosos, morais, éticos, culturais e sociais herdados dos ancestrais ucranianos.

• Coordenação dos grupos folclóricos ucranianos.

• Cursos de língua ucraniana, música, cantos e artesanato.

Na área cultural
Idiomas